quinta-feira, 27 de junho de 2013

PERIGOSO ASSALTANTE DE BANCO CAPTURADO NO CEARÁ ERA PROCURADO NO CENTRO-OESTE.


A Polícia cearense descobriu ter prendido um dos bandidos mais procurados pelas autoridades da Segurança Pública de, pelo menos, dois Estados da Região Centro-Oeste do País.
Trata-se do assaltante de bancos, ladrão de caixas eletrônicos e sequestrador Jéfferson Ferreira Ferraz, o ´Jeffinho´, caçado pelas polícias Civil e Militar de Mato Grosso e Tocantins. Ele havia sido apanhado, na semana passada, na BR-116, em Brejo Santo, depois de tentar explodir os caixas eletrônicos da agência do Banco do Brasil da cidade de Mauriti (491Km de Fortaleza).

Ao ser cercado pela PM e pela Polícia Rodoviária Federal, o bandido forneceu para as autoridades um nome falso, se passando por Ginerson Gomes da Silva.
Junto com ele foi detido um dos seus comparsas de quadrilha, Célio Roberto Martins, 37. Em poder da dupla, a Polícia apreendeu uma pistola de calibre 9 milímetros. O restado do bando desapareceu da região.

Verdadeiro
Na tarde de ontem, o capitão PM L. Rodrigues, comandante da 3ª Companhia do 2º BPM (Brejo Santo), acabou descobrindo a verdadeira identidade do homem que se passava por Ginerson. Trata-se de Jéfferson Ferreira Ferraz, apontado como de altíssima periculosidade e que responde a, pelo menos, cinco crimes de sequestros de empresários nos Estados do Mato Grosso e Tocantins.

Por conta disso, estava sendo caçado pela equipe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) de Mato Grosso.
Contra o bandido existia um mandado de prisão preventiva expedida pela 14ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.

Ao descobrir a identidade verdadeira do criminoso, a Polícia Militar comunicou o fato imediatamente ao juiz da Comarca de Brejo Santo, que determinou a transferência, urgente, do assaltante para a Penitenciária Industrial Regional (PIRC) de Juazeiro do Norte, por questão de segurança. Havia o risco de fuga do bandido através de resgate.

Segundo o capitão L. Rodrigues, a ficha criminal de Jéfferson Ferreira Ferraz é extensa. Em outras ocasiões, segundo a Imprensa do Centro-Oeste do País, o mesmo bandido foi preso mas usou o artifício de fornecer nome falso.

Isto aconteceu, por exemplo, quando ele foi preso, por crime de assalto a banco na cidade de Lajeado, no Interior do Estado de Tocantins, em julho do ano passado. Na ocasião, Jéfferson informou que se chamava Carlos Roberto Leão dos Santos.

Reunião de líderes decidirá na terça sobre urgência para PL do tratamento gay

 

Henrique Eduardo Alves recebeu nesta quarta-feira manifestantes que realizam protestos na Esplanada. Ele afirmou que os deputados devem analisar todas as demandas.
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara, dep. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) fala sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito do dep. Natan Donadon (PMDB-RO)
Henrique Eduardo Alves: intenção é "enterrar" a proposta do tratamento da homossexualidade.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, informou aos manifestantes que se reuniram com ele nesta quarta-feira que será realizada uma reunião de líderes na próxima terça-feira (2/7) para encaminhar o pedido de urgência para o projeto que se refere ao tratamento da homossexualidade (PDC234/11). Com isso, a proposta será votada no dia seguinte (quarta-feira, 3/7) pelo Plenário.

A intenção, disse o presidente, é que a proposta seja “enterrada”. O projeto, já aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ainda precisa de pareceres das comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, os quais podem ser apresentados no Plenário.
Alves recebeu hoje reivindicações de manifestantes que realizam protesto na Esplanada dos Ministérios. Ele afirmou que os deputados devem analisar todas as demandas e marcou para 14 de agosto uma reunião com todos os presentes, para avaliar as respostas dadas pela Câmara.
Ao lembrar de outros movimentos populares de que participou, desde a oposição à ditadura militar, o presidente da Câmara elogiou a participação dos manifestantes nos protestos organizados de forma pacífica e ordeira.

Confira as reivindicações
Uma das pautas, de movimentos não identificados, tem os seguintes itens:
• Arquivamento imediato do PLS 728/11, que tipifica manifestações como atos terroristas durante a Copa das Confederações e Copa do Mundo;
• Aprovação de projeto de lei (PL 3760/04) que transforma corrupção em crime hediondo. A proposta foi rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania e rejeitadapela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Está pronto para ser votado pelo Plenário;
• Fim do voto secreto parlamentar (PEC 349/01). Essa PEC foi aprovada apenas pelos deputados em primeiro turno;
• Mais investimento em saúde, educação e segurança;
• CPI para investigar os gastos da Copa;
• Em favor do Estado laico efetivo e contra o Estatuto do Nascituro (PL 478/07), a PEC99/11 (que permite às igrejas propor ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal) e o PDC 234/11 (que se refere ao tratamento da homossexualidade);
• Fim do foro privilegiado para autoridades;
• Melhorias imediatas no transporte público;
• Pelo voto facultativo; e
• Reforma política com participação popular.

Direitos humanosJá os grupos Companhia Revolucionária Triângulo Rosa, Juntos, Movimento Honestinas, Anel, Domínio Público, Rompendo Amarras, que atuam na defesa dos direitos humanos, pelo Estado laico, a cidadania plena para LGBTs, mulheres, negros e indígenas, estão pedindo:
• O arquivamento do projeto do tratamento da homossexualidade (PDC 234/11); e
• A destituição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, “por entender que a representação dos direitos humanos não deve ser realizada por um deputado que através de sua atuação pública fere os direitos humanos”.

Reforma política
Henrique Alves informou ainda que espera receber nesta quinta-feira (27) as primeiras “indicações” da Presidência da República sobre que temas deverão fazer parte da proposta de reforma política.
Voto secretoEm relação ao pedido de fim do voto secreto nas votações do Congresso, Henrique Alves lembrou que a proposta consensual estabelecida com os líderes é acabar com esse instrumento nas votações para cassação de mandatos.

Ele destacou que foi criada a comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 196/12, que institui o voto aberto para processos de cassação de mandato parlamentar por falta de decoro e por condenação criminal com sentença transitada em julgado, cuja admissibilidade foi aprovada hoje pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Idosos serão 30% da população mundial em 2050 - Bloco 1



A Organização das Nações Unidas estima que, em meados deste século, 30% da população no Brasil e em outros 64 países, terão mais de 60 anos. Em 1950, a expectativa de vida não passava de 50 anos nos países desenvolvidos, onde hoje é superior a 80. O envelhecimento da população traz desafios aos países, principalmente para aqueles em desenvolvimento, onde o ritmo é mais acelerado. Previdência, adaptação do sistema de saúde e violência são temas prioritários nesse momento de transição demográfica e serão discutidos na Reportagem Especial desta semana.
Na capítulo de amanhã, o envelhecimento da população e os novos desafios, como o sistema de previdência, que preocupa governos em todo o mundo.
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Daqui a doze anos, em 2025, o Brasil vai ocupar o sexto lugar em número de idosos no mundo. Hoje, indivíduos com 60 anos ou mais já representam 12% da população. De acordo com o IBGE, são 23 milhões e meio de pessoas. Em 2001, os idosos representavam apenas 9% do total de brasileiros.

Estudo da ONU mostra que, em 2050, o planeta terá 2 bilhões de idosos. Em 1950, eles eram 200 milhões. Segundo o mesmo levantamento, entre 2010 e a projeção para 2015, ocorre crescimento anual da população acima de 60 anos três vezes maior que o observado para a população total.

No Brasil, no entanto, o envelhecimento ocorre de forma particularmente acelerada, como destaca a coordenadora do Estudo Brasileiro de Saúde e Bem Estar dos Idosos (Elsi/Brasil), a médica e pesquisadora Maria Fernanda Lima:

“O Brasil é um dos países com o ritmo mais rápido de envelhecimento no mundo. Enquanto, por exemplo, a população da França idosa, com 65 anos ou mais, demorou cem anos pra dobrar de tamanho, a gente vai fazer isso em pouquíssimas décadas, em duas décadas.”

A expectativa de vida no Brasil do início do século passado não chegava a 34 anos. Um bebê brasileiro nascido em 2013 pode esperar viver pelo menos 40 anos mais. A média de vida já ultrapassa os 73 anos. Mas, além de as pessoas estarem vivendo mais, há outros fatores que explicam o envelhecimento populacional.

O principal deles é a queda da fertilidade, hoje inferior a dois filhos por casal no País. Atualmente, o porcentual de crianças entre zero e cinco anos está em 8,5%, contra 11% há dez anos.

E entre os jovens a realidade, claro, não é diferente. Na população de 6 a 14 anos também houve queda. Eles representavam 17,5% do total de brasileiros em 2001, e já eram 15% em 2011. Com isso, diminui cada vez mais o peso proporcional de crianças e jovens e aumenta o de idosos.

Como reflexo dessa mudança demográfica, o Congresso brasileiro aprovou em 2003 o Estatuto do Idoso, considerada internacionalmente como uma das melhores leis de proteção à pessoa idosa. O secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Gabriel dos Santos Rocha, ressalta que o estatuto inaugurou dois princípios fundamentais para a população idosa – o princípio da proteção integral e o da prioridade absoluta.

O estatuto estabelece que o idoso tem sempre prioridade – seja em filas, processos judiciais ou programas governamentais. O que levou o governo a dar atenção especial a essa faixa da população, como explica Gabriel Rocha:

Hoje, todas as estruturas do Governo Federal têm alguma política voltada para as pessoas idosas. Eu dou exemplo do transporte, se a gente for olhar na habitação, todos os programas habitacionais públicos, ou aqueles subsidiados com recurso público, o idoso goza de uma prioridade na aquisição desse imóvel. Seja no Minha Casa, Minha Vida, seja num programa municipal com recursos do Governo Federal, fala da reserva de 3% das unidades que têm que atender aos idosos.”

Na Câmara, há mais de 90 projetos relacionados a direitos de idosos. Cinquenta e seis deles alteram o estatuto, mas apenas em aspectos pontuais, como a extensão do direito à gratuidade no transporte à modalidade aérea. Há também uma série de propostas que visam tornar mais rigorosa a punição para crimes contra maiores de 60 anos.

Uma das críticas ao Estatuto é a diferença entre a idade em que um indivíduo é considerado idoso, 60 anos, e aquela em que passa a ter direito ao transporte gratuito. Pela lei, esse benefício é adquirido aos 65 anos. Vários projetos em análise buscam corrigir esse aspecto e conceder a gratuidade também a partir dos 60.
Garantias como essas são fundamentais para assegurar a qualidade de vida de quem já passou dos 60. Afinal, o último levantamento do IBGE mostra que mais da metade dos idosos brasileiros – 51,9% – vive em domicílio com renda per capta inferior a um salário mínimo.

Um dos fatores que explicam a baixa renda é o nível de escolaridade. O estudo o IBGE aponta que os idosos têm, em média, menos de quatro anos de estudo, e 32% deles frequentaram a escola por menos de um ano.
No mundo, como mostra levantamento da ONU, a situação média dos idosos não é diferente – 20% deles vivem abaixo da linha de pobreza, com renda inferior a 2 reais por dia. Nos países em desenvolvimento, 58% das mulheres e 34% dos homens acima de 60 anos são analfabetos.

Mas, em um aspecto, o Brasil está em situação bem mais confortável que a média mundial. Segundo o IBGE, quase 80% dos idosos brasileiros recebem algum benefício de previdência social. Pela lei brasileira, todo idoso que não tenha condições de prover o próprio sustento ou ser mantido pela família tem direito a um salário mínimo mensal.

No mundo, conforme dados da ONU, apenas 1/3 dos países têm sistemas abrangentes de seguridade social, e somente 20% dos trabalhadores mundiais contam com algum tipo de proteção social, inclusive aposentadoria.

Senado decide que corrupção será crime hediondo


O plenário do Senado aprovou em votação simbólica o projeto que torna a corrupção crime hediondo. O projeto é um dos itens da agenda definida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e pelos lideres partidários para dar uma resposta às manifestações nas ruas, que pedem sobretudo a melhoria dos serviços públicos.
Senado decide que corrupção será crime hediondo

"Esse é um momento importantíssimo para o Parlamento. Os parlamentos do mundo inteiro convivem com matérias que, embora sejam unanimidades, são unanimidades estáticas. O Senado Federal está fazendo de tudo para removê-las", disse Renan.

A proposta de iniciativa do senador Pedro Taques (PDT-MT) aumenta as punições previstas para os crimes de corrupção ativa, passiva e concussão, que é o ato de exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente dinheiro ou vantagem em razão da função que ocupa ou venha a ocupar. 


Durante a discussão do projeto em plenário, foi aprovada uma emenda do senador José Sarney (PMDB-AP) que torna crime hediondo o homicídio simples. Hoje, apenas o homicídio qualificado, causado por motivo torpe ou com impossibilidade de defesa da vítima, é considerado crime hediondo. Em pronunciamento no plenário, Sarney afirmou que o Brasil tem a "vergonhosa posição" de ser o país com maior número de homicídios e citou pesquisa do Instituto Sangari. O levantamento aponta que 78% da população brasileira têm medo de ser assassinada.

"Se nós temos essa oportunidade de considerar crime hediondo, como eu acho que é justo, os da administração pública, como nós não temos condições de incluir aí na relação de crimes hediondos os crimes contra a vida, em primeiro lugar, o homicídio", questionou Sarney. 

Com a aprovação da proposta pelo Senado, os crimes de corrupção, concussão e peculato, além do homicídio simples passam a ser inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça e anistia. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, e a progressão do regime só pode ocorrer após o cumprimento de 2/5 da pena, caso o réu seja primário. O texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados.

Em sessão de cinco horas, Senado começa a cumprir pauta prioritária


Da Redação
O Senado deu início, nesta quarta-feira (26), às votações da pauta prioritária definida pelo presidente Renan Calheiros e líderes partidários. As primeiras propostas aprovadas foram o novo modelo de partilha do FPE (PLS 240/2013 – Complementar) e a classificação da corrupção como crime hediondo (PLS 204/2011).
A sessão extraordinária, aberta pouco após as 13h, seguiu até as 18h30, apesar de manifestações e da realização, em Belo Horizonte, do jogo entre Brasil e Uruguai.
Primeiro item da pauta, a partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE) foi aprovada com uma única mudança feita pela Câmara dos Deputados, em relação à proposta enviada pelo Senado na semana passada.
Pelo texto, que vai à sanção presidencial, os recursos do FPE serão distribuídos segundo os critérios atuais até 2015. A partir de 2016, cada estado terá garantido um repasse mínimo igual ao valor recebido em 2015, com a variação acumulada do IPCA, mais 75% da variação real do PIB no período.
Os valores que excederem o mínimo serão distribuídos de acordo com critérios de população e inverso da renda per capita. De acordo com a mudança feita pela Câmara, acolhida pelo relator Walter Pinheiro (PT-BA), a União só poderá oferecer desonerações nos dois impostos que compõe o FPE (Imposto de Renda e IPI) na proporção da parte que lhe cabe.
Em seguida, os senadores votaram o projeto do senador Pedro Taques (PDT-MT) que inclui a corrupção ativa e passiva entre os crimes considerados hediondos, que têm restrito o acesso a benefícios como livramento condicional e progressão de regime. Emendas do relator da matéria, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), e do senador José Sarney (PMDB-AP) acrescentaram à lista os crimes de peculato, excesso de exação e homicídio simples.
Senadores consideraram que, com a aprovação do projeto, que segue para exame na Câmara, o Senado ouviu os pedidos da população. Renan Calheiros disse que a classificação da corrupção como crime hediondo é uma das “unanimidades estáticas” do Parlamento – temas polêmicos que acabam não avançando.
Outras propostas
A votação dos projetos prioritários pode continuar já nesta quinta-feira (27). Uma das propostas na pauta, aprovada na terça pela Câmara dos Deputados, é a que destina 75% dos royalties do pré-sal à educação e 25% à saúde (PLC 41/2013).
Também podem ser votados nos próximos dias duas propostas voltadas ao fortalecimento da saúde pública. A PEC 34/2011, do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), cria a carreira de Estado de médico, com dedicação exclusiva ao Sistema Único de Saúde (SUS). Já a PEC 36/2011, do senador Humberto Costa (PT-PE), institui um serviço civil obrigatório para médicos formados em universidades públicas ou que tenham usado financiamento público.
Na pauta voltada à administração pública, estão a PEC 6/2012, de Pedro Taques, que exige “ficha limpa” para ocupação de cargos comissionados e funções de confiança, e as PECs53/2011 e 75/2011, de Humberto Costa, que prevê a pena de demissão para juízes e promotores condenados por corrupção.
A garantia de passe livre a todos os estudantes do país, condicionada à comprovação de matrícula e frequência, conforme proposta de Renan Calheiros (PLS 248/2013), é outra matéria que pode ser examinada.
Manifestações
Nesta quarta-feira, Renan Calheiros recebeu com outros senadores representantes de movimentos sociais como Acorda Brasília, Ocupa Brasília, Marcha do Vinagre e Sou Ativista, além de líderes da UNE e da Ubes. No entanto, eles não apresentaram nenhuma pauta de reivindicações, o que deve acontecer em nova reunião nesta quinta-feira.
Mais cedo, os representantes dos movimentos estiveram com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, apresentando pedidos como mais investimentos em saúde, educação e segurança pública, fim do voto secreto no Congresso e melhorias imediatas no transporte público.
Apesar da previsão de cerca de 50 mil pessoas, feita pela Polícia Militar durante a semana, o protesto desta quinta diante do Congresso foi relativamente pequeno. A estimativa é de que, desde o início da tarde, o número de manifestantes – que flutuou bastante – não tenha passado de 5 mil.
No entanto, houve confusão pouco depois das 21h, com pessoas lançando rojões na direção da polícia, que respondeu com bombas de efeito moral. Alguns manifestantes foram detidos e os remanescentes começaram a se dispersar.
Entre as manifestações realizadas ao longo do dia, uma realizada pela ong Rio da Paz pôs 594 bolas no gramado diante do Congresso – representando os 513 deputados e 81 senadores –, que foram chutadas na direção do prédio pouco antes das 17h. Um grupo realizou um abraço simbólico ao Estádio Nacional Mané Garricha. Os gastos públicos com a Copa do Mundo são uma das principais reclamações dos protestos em todo o país – o custo do estádio de Brasília foi de quase R$ 1,3 bilhão.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Guarda de Campinas usará lançador belga com tinta para marcar vândalos

Após três atos pacíficos que terminaram com uma minoria praticando depredações e saques em Campinas (SP), a Secretaria Municipal de Segurança anunciou nesta quarta-feira (26) que guardas municipais vão usar lançadores FN 303, de origem belga, com munições não letais, movido a ar comprimido. Segundo o secretário da pasta Luiz Augusto Baggio, a medida tem o objetivo de marcar e identificar os vândalos para facilitar a prisão pela Polícia Militar. A Guarda possui três unidades e passa a utilizar o equipamento nas ruas durante as manifestações. "Esta é uma arma para controle de distúrbios, mas a prioridade é marcação de vândalos e para neutralizar os indivíduos", aponta o inspetor da GM Willer Silva.
A arma de uso militar utiliza quatro tipos de munição, sendo que duas delas são carregadas com tinta, usadas para identificar infratores. A terceira tem efeito de impacto e a outra leva uma carga de gás de pimenta. De acordo com as autoridades, as munições não oferecem perigo à integridade física, apenas causa um impacto superficial. "Esta arma lança uma munição mais concentrada, e mais concentrada do que aquelas armas de paintiball", completa o inspetor.
O inspetor da GM de Campinas Willer Silva com o lançador FN 303  (Foto: Luciano Calafiori/G1)
Mais policiais
Um reforço na segurança também foi anunciado durante uma reunião entre representantes da GM, Polícia Militar e Polícia Civil. No total, o efetivo nas ruas durante os protestos será de 500 policiais militares e 120 guardas. Uma blitz policial será feita durante os protestos na tentativa de prender os suspeitos de saquear lojas, praticar depredações de patrimônios particulares e públicos. Os detidos serão levados para o 5° Distrito Policial, Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e os menores infratores para a Delegacia de Infância e Juventude (Dije). "Vamos tentar enquadrar os vândalos no maior número de crimes e com fianças altas", promete o delegado Seccional José Rolim Neto.
O principal prejuízo foi verificado na quinta-feira, primeiro dia do protesto na cidade. Alguns estabelecimentos foram saqueados ou tiveram suas fachadas danificadas.
Prejuízos
Com três grandes manifestações nas ruas de Campinas desde a quinta-feira (20), a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) estima que os prejuízos  foram de R$ 10 milhões. Ainda segundo a entidade, o valor ligado diretamente aos atos de vandalismo é de R$ 2,5 milhões. O restante é referente ao que deixou de ser faturado, com a dispensa mais cedo de funcionários e o fechamento das lojas antecipadamente.

Câmara aprova proposta que ajuda a reduzir tarifa do transporte coletivo

O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira (26) a redução para zero das alíquotas das contribuições sociais para o PIS/Pasep e a Cofins que incidem sobre o transporte coletivo. A medida abre caminho para novas reduções nos preços das tarifas. O texto, que agora será enviado para votação no Senado, não estipula prazo de validade para o benefício fiscal.



Pela proposta inicial, a desoneração estava prevista somente para o transporte terrestre, mas uma emenda estendeu o benefício também para o aquaviário.A proposta aprovada pelos deputado é uma emenda de plenário, em substituição ao projeto original do deputado Mendonça Filho (DEM-PE). O projeto zera a alíquota nas modalidades de transporte terrrestre (rodoviário, metroviário e ferroviário) e também de transporte aquaviário.
Segundo parecer favorável ao projeto do deputado Milton Monti (PR-SP), a redução das alíquotas atende às reivindicações por tarifas de transporte mais baixas apresentadas durante os protestos de rua em todo o país.

Suprema Corte dos EUA derruba Lei de Defesa do Casamento

A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou nesta quarta-feira (26) uma controversa lei federal que define o casamento como a união entre um homem e uma mulher, em uma grande vitória para os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"DOMA é inconstitucional como a privação da liberdade igualitária das pessoas, que é protegida pela Quinta Emenda da Constituição", decidiu a Corte em uma votação com o placar de 5 a 4.A "Defense of Marriage Act" (Lei de Defesa do Casamento), que o tribunal considerou inconstitucional, negava aos casais do mesmo sexo nos Estados Unidos os mesmos direitos e benefícios garantidos aos casais heterossexuais.
Defensor do casamento gay empunha bandeira na frente da Suprema Corte nesta quarta (26) em Washington (Foto: J. Scott Applewhite/AP)
O juiz Anthony Kennedy escreveu no parecer da maioria que a Lei de Defesa do Casamento viola a garantia da Constituição dos EUA de proteção igualitária.
Kennedy, frequentemente responsável pelo voto decisivo do tribunal em decisões apertadas, também disse que a lei impõe "um estigma sobre todos os que entram em casamentos do mesmo sexo tornados legais pela autoridade inquestionável dos Estados".
Ao derrubar a seção três da lei, o tribunal abre caminho para mais de 1,1 mil benefícios federais, direitos e encargos vinculados ao status de casado.

Cadeirante se revolta e constrói rampa de acesso a órgão público de MT

Cadeirante mora na cidade há 31 anos e ficou paraplégico há 8 anos (Foto: site Metropolitana FM)

Indignado com a falta de acessibilidade em Juína, cidade a 737 km de Cuiabá, o deficiente físico Samuel Nobile de Oliveira, de 41 anos, decidiu construir por conta própria uma rampa de acesso ao prédio da secretaria municipal de Saúde. Com um balde cheio de massa de cimento, que levou de casa, algumas madeiras e pedras, o morador foi para a frente do órgão, na tarde de segunda-feira (24), e declarou que não quer mais sofrer constrangimentos. “Não aguento mais passar por isso e estou cansado de esperar pelo poder público. Por isso tomei a iniciativa e não quero mais esperar”, disse.
O cadeirante relatou ainda a situação que passa ao ir no posto de saúde do bairro. “Somos atendidos pelos médicos do lado de fora, na rua, porque não têm rampa de acesso. É muita humilhação não sermos tratados como pessoas comuns”, desabafou.Samuel mora no município há 31 anos, no Bairro Módulo 4, e ficou paraplégico após ser atingido por um tiro, em 2006. Desde então, se viu preso à cadeira de rodas e ressalta que encontra dificuldades diárias pela falta de acessibilidade juntamente com outros amigos cadeirantes. Ele conta que precisa ir constantemente à secretaria de Saúde por conta de documentos que necessita para fazer tratamento médico em Brasília (DF).
O prefeito Hermes Bergamim disse que já está tomando providências quanto à falta de acessibilidade e garantiu que providenciará melhorias para os deficientes físicos. Também considerou a atitude do morador importante e pediu desculpas pelos constrangimentos que os cadeirantes da cidade têm sofrido. “Estamos colocando a casa em ordem nesses seis meses de gestão. Peço desculpas a todos os deficientes físicos pelas situações e constrangimentos. Vamos tomar as devidas providências na cidade para que isso não ocorra mais”, afirmou.

Luís Roberto Barroso toma posse como ministro do Supremo

O advogado e jurista Luís Roberto Barroso, de 55 anos, tomou posse na tarde desta quarta-feira (26) como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em cerimônia rápida, de cerca de 20 minutos, ele jurou cumprir a Constituição.


Roberto Barroso assume sua cadeira no plenário do STF (Foto: Mariana Oliveira/G1)

"Prometo bem cumprir os deveres de ministro do Supremo Tribunal Federal, em conformidade com a Constituição e as leis da República", disse o novo ministro. Ele usará  nome de Roberto Barroso no Supremo. Os ministros, pela regra do tribunal, escolhem dois nomes para usar no Supremo.
Após o hino nacional, cantado pela brasiliense Ellen Oléria, vencedora do programa "The Voice Brasil 2012", Barroso foi conduzido ao plenário pelo ministro com mais tempo de corte, Celso de Mello, e pelo com menor tempo de Supremo, Teori Zavascki. A posse foi dada pelo presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa.
Ao cumprimentar e dar as boas vindas a Barroso, Joaquim Barbosa afirmou estar certo de que o novo ministro terá grande atuação na corte.
"Tenho certeza de que vossa excelência terá nessa corte um excepcional desempenho."
Indicado em maio pela presidente Dilma Rousseff e aprovado após sabatina no Senado no início deste mês, Barroso ocupará a vaga deixada no ano passado pelo ex-ministro Carlos Ayres Britto. É o quarto ministro nomeado por Dilma (antes foram Luiz Fux, Rosa Weber e Teori Zavascki).
Um dos principais advogados constitucionalistas do país, Luís Roberto Barroso atuou em casos importantes julgados recentemente pelo Supremo, como o que liberou a união estável homossexual e o que permitiu o aborto de fetos anencéfalos.
Enquanto a posse era realizada no Supremo, protestos ocorriam na Esplanada dos Ministérios, a poucos metros do Supremo.Quando chegou para a posse, ele afirmou: "Estou feliz e concentrado no meu trabalho novo. Espero ser capaz de desempenha-lo bem."
Em razão da quantidade de autoridades, a segurança no Supremo foi reforçada. Todos os seguranças particulares folguistas foram convocados a trabalhar, o que não acontece geralmente em posses, quando há reforço, mas não de toda a equipe.
O tribunal evitou que pessoas ficassem do lado de fora do prédio, tradição em cerimônias do tipo. Mesas para recepção dos convidados e o detector de metais foram colocados do lado de dentro do prédio, para facilitar a segurança.
Compareceram à posse no Supremo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros; além de ex-ministros do Supremo, como Ayres Britto, Nelson Jobim e Sepúlveda Pertence.
PerfilÀ noite, haverá um coquetel em homenagem ao novo ministro. O evento tem custo de R$ 75 mil e foi pago por três entidades: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Associação dos Procuradores do Estado do Rio.
Casado e pai de dois filhos, Barroso nasceu na cidade em Vassouras (RJ) em 11 de março de 1958. Pelos critérios do serviço público, que obriga a aposentadoria compulsória aos 70, Barroso poderá ficar no cargo por 15 anos. Ele é o quarto ministro indicado por Dilma
Luís Roberto Barroso deixou o escritório de advocacia que mantinha e o cargo de procurador do Estado do Rio de Janeiro para assumir o cargo de ministro.
É formado em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde atualmente é professor. Também leciona, como professor visitante, na Universidade de Brasília (UnB). Fez pós-doutorado na Universidade de Harvard e mestrado na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Entre os livros publicados por Barroso estão "O direito constitucional e a efetividade de suas normas", "Direito Constitucional Brasileiro - O problema da federação", e "O controle de constitucionalidade no direito brasileiro".

Supremo determina prisão imediata do deputado Natan Donadon

O plenário do Supremo Tribunal Federal(STF) decretou nesta quarta-feira (26), por oito votos a um, a prisão imediata do deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO). Os ministros decidiram que o processo transitou em julgado, ou seja, terminou e não cabe mais nenhum recurso. A expectativa é de que o mandado de prisão seja expedido ainda nesta quarta.
Donadon foi condenado em 2010 a 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de peculato (crime praticado por funcionário público contra a administração) e formação de quadrilha, mas aguardava o julgamento dos recursos em liberdade.
O deputado Natan Donadon (PMDB-RO), condenado a 13 anos de prisão por desvios (Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)
Natan Donadon será o primeiro deputado em exercício a ser preso por determinação do Supremo desde a Constituição de 1988. Ainda não há informações sobre o momento exato em que a prisão será cumprida.
Na noite de terça (25), o irmão de Donadon, o deputado estadual de Rondônia Marcos Antônio Donadon (PMDB), foi preso. O mandado de prisão foi cumprido pela Polícia Civil e corresponde à sentença condenatória transitada em julgado envolvendo o deputado no crime de peculato e supressão de documento público.
A questão da perda do mandato parlamentar não foi definida pelo plenário do Supremo nesta quarta. O tema deve ser decidido pelo Congresso, uma vez que, durante o julgamento de Natan Donadon em 2010, os ministros não discutiram a questão. No caso do processo do mensalão, porém, o STF decidiu pelas cassações dos mandatos dos quatro parlamentares condenados.
"Estou votando no sentido de não conhecer os embargos e, por considerá-los protelatórios, pelo reconhecimento do trânsito em julgado (fim do processo), determinando o lançamento do nome do réu no rol dos culpados, expedição do mandado de prisão e comunicação ao juiz da Vara de Execução Penal da área de Brasília", disse a ministra relatora do caso, Cármen Lúcia.Donadon já teve o primeiro recurso negado em dezembro do ano passado. Ao julgar um segundo recurso do deputado nesta quarta, o Supremo entendeu que os embargos de declaração (tipo de recurso contra condenações) eram meramente protelatório e decidiu que ele deveria ser preso.
Todos os ministros acompanharam, exceto Marco Aurélio Mello, que ficou vencido porque entendeu que, como Donadon renunciou ao cargo em 2010, antes de ser condenado mesmo já estando eleito para o próximo mandato, o STF não tinha mais competência para o julgamento.
Após o STF determinar a prisão imediata do parlamentar, o advogado deixou o plenário do Supremo e disse que entrará com pedido de revisão criminal para reduzir a pena. Esse tipo de recurso só é possível quando já há um mandado de prisão. A defesa poderá ainda entrar com pedido para que Donadon fique solto até o fim do julgamento da revisão criminal.O advogado do deputado, Nabor Bulhões, alegou que houve omissões no julgamento de seu cliente, já que as penas dadas a ele foram mais elevadas do que a outros envolvidos no episódio condenados pela primeira instância. "Não houve e nem há protelação", disse Nabor Bulhões aos ministros do Supremo.
A ministra Cármen Lúcia ressaltou que a defesa tentava apenas modificar o conteúdo do julgamento de 2010 e não simplesmente esclarecer pontos do julgamento.
"Não se pretende provocar o esclarecimento de qualquer ponto obscuro. O que se pretende é rediscutir a matéria, ou melhor dizendo, o rejulgamento do caso com modificação do conteúdo. [...] No meu voto ressaltei não haver embasamento jurídico por não haver elemento suficiente para reconhecer qualquer nulidade da ação penal."
O ministro Marco Aurélio, que ficou vencido, destacou que, no caso de parlamentares, o Supremo é a única instância de julgamento e os recursos poderiam levar a uma mudança nos fatos julgados. "Estamos em instância única e por isso não podemos adotar ortodoxia maior quando à admissibilidade dos embargos declaratórios.
"Nos termos da Constituição Federal não há incompatibilidade entre a manifestação do cargo e o cumprimento de uma prisão, tanto que só cita a prisão em flagrante. Não há nenhuma incompatibilidade entre um deputado permanecer no cargo de deputado e ser preso. A manutenção ou não do mandato no caso de condenação definitiva, no meu entender, é uma questão que, neste caso concreto, tem que ser resolvida pelo Congresso. No caso da prisão em flagrante, nem isso."Perda do cargo
O único ministro a falar sobre a cassação do mandato parlamentar do deputado Natan Donadon foi Teori Zavascki, que não julgou o processo do mensalão e poderá se manifestar sobre o caso no julgamento dos recursos dos condenados.
Condenação de Donadon
Donadon foi considerado culpado pelo Supremo em outubro de 2010 por supostamente liderar uma quadrilha que desviava recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia. Os desvios teriam ocorrido entre 1995 e 1998, num total de R$ 8,4 milhões. A condenação foi decidida por 7 votos a 1, com pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, além de multa.
Na época do julgamento, a defesa do ex-parlamentar negou as acusações e alegou que Donadon não foi responsável pelas supostas fraudes em licitações que teriam possibilitado os desvios. A defesa alegou que, na função de diretor financeiro da Assembleia Legislativa, Donadon limitou-se a assinar cheques.
Natan Donadon foi condenado pelo STF em 28 de outubro de 2010. Um dia antes, no dia 27, ele renunciou ao mandato que exercia. No mesmo ano, porém, ele concorreu novamente a deputado pelo PMDB, foi eleito para um novo mandato e tomou posse em 2011.

terça-feira, 18 de junho de 2013

DO AMOR À PÁTRIA, NA VISÃO DO POETA VINICIUS DE MORAIS


foto: divulgação




O comentarista Mario Assis nos envia essa crônica do poeta Vinicius de Moraes, que deveria ser lida todos os dias pelos políticos e governantes brasileiros, como se fosse uma oração.

***

DO AMOR À PATRIA

São doces os caminhos que levam de volta à pátria. Não à pátria amada de verdes mares bravios, a mirar em berço esplêndido o esplendor do Cruzeiro do Sul; mas a uma outra mais íntima, pacífica e habitual – uma cuja terra se comeu em criança, uma onde se foi menino ansioso por crescer, uma onde se cresceu em sofrimentos e esperança canções, amores e filhos ao sabor das estações.

Sim, são doces as rotas que reconduzem o homem à sua pátria, e tão mais doces quanto mais ele teve, viu e conheceu outras pátrias de outros homens. Assim eu, ausente pela segunda vez de uma ausência de muitos anos quando, dentro da noite a bordo, os dedos a revirar o dial do ondas-curtas, aguardava o primeiro balbucio de minha pátria como um pai à espera da primeira palavra do seu filho.

O coração batia-me como batera um dia, à poesia sonhada, ou como uma outra vez, diante de uns olhos de mulher.

- O sr. tem certeza de que isso é mesmo um ondas-curtas?

O camareiro norueguês, grande e tranqüilo, limitou-se a sorrir misteriosamente. Depois, humano, inclinou-se sobre o aparelho, o ouvido atento, e pôs-se a tentar por sua vez. As ondas sonoras iam e vinham verrumando a minha angústia. Onde estava ela, a minha pátria que não vinha falar comigo ali dentro do mar escuro?

E de repente foi uma voz que mal se distinguia, balbuciando bolhas de éter, mas pensei no meio delas distinguir um nome: o nome de Iracema. Não tinha certeza, mas pareceu-me ouvir o nome de Iracema entre os estertores espásmicos do aparelho receptor. Deus do Céu! Seria mesmo o nome de Iracema?

Era sim, porque logo depois chegou a afirmar-se, mas quase imperceptível, como se pronunciado por um gnomo montado em minha orelha. Era o nome de Iracema, da Rádio Iracema, de Fortaleza, a emissora dos lábios de mel, que sai mar afora, enfrentando os espaços oceânicos varridos de vento para trazer a um homem saudoso o primeiro gosto de sua pátria.

Adorável prefixo noturno, nunca te esquecerei! Foste mais uma vez essa coisa primeira tão única como o primeiro amigo, a primeira namorada, o primeiro poema. E a ti eu direi: é possível que o padre Vieira esteja certo ao dizer que a ausência é, depois da morte, a maior causa da morte do amor. Mas não do amor à terra onde se cresceu e se plantou raízes, à terra a cuja imagem e semelhança se foi feito e onde um dia,bossa nova.  num pequeno lote, se espera poder nunca mais esperar.

Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 – Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi diplomata, dramaturgo, jornalista, cronista, crítico de cinema – mas principalmente poeta e compositor. Levava a sério seu verso mais famoso sobre o amor – “que seja infinito enquanto dure”: casou-se nove vezes ao longo de sua vida, sempre muito apaixonado.
Sua obra literária é extraordinariamente rica, vasta, passa pelo teatro, cinema e música. Sempre um grande poeta.
Como compositor Vinícius, com Tom Jobim e na voz de João Gilberto, é um dos responsáveis pelo surgimento do ritmo popular brasileiro que ficou conhecido como 

O mal brasileiro

 
A corrupção no Brasil não é apenas um mal, é uma religião. E como somos fiéis. Pratica-se ela todos os dias e em todos os lugares. Não há nada tão arraigado na sociedade como a cultura da vantagem e do desrespeito as instituições. Os brasileiros são tão fanáticos que conseguiram elevar a imagem do Brasil a “país do jeitinho”. O Novo Testamento inovou no sentido de afirmar a necessidade de obras para o homem alcançar a salvação. E como se praticam obras no país, quase todas superfaturadas, a maioria sem obediência ao processo licitatório etc.

Quando John Locke estava com seus vinte anos de idade, costumava andar pelas cidades da França e admirar as suas belezas. Fazendo uma análise da monarquia desse país, o autor de “Carta sobre a Tolerância” chamou o patrimonialismo praticado pelos reis de “o mal francês”. Tais condutas continuam atuais. O pior de tudo é que elas são praticadas sob a égide de um Estado democrático de Direito. É o mal brasileiro.

O cardápio de condutas antiéticas é vasta e todas custam muito caro. Vejamos: massas de desvio de verbas públicas, saladas de troca de favores entre políticos, petiscos de fabricação indevida de editais de licitação para beneficiar os amigos donos de empresas, caldos de abuso de poder nos altos escalões do governo, temperos de propinas nas três esferas federativas, pitadas de nepotismos, doses de peculato. O judiciário – boca da lei - e principal responsável em condenar os culpados por tudo isso engole tudo numa boa. O efeito é uma baita indigestão no corpo da administração pública.

Quem dera toda a dinheirama que escorre pelo ralo da corrupção ser canalizada para resolver os problemas de infraestrutura dos portos, rodovias e aeroportos. A economia brasileira daria um grande avanço. E a educação? Bem, essa espera há anos mudanças significativas, mas pelo jeito vai ficar só esperando mesmo.  A petralhada, com todo esse bacanal com o erário reduz a pó o sonho de um país melhor. Afora isso, os “companheiros” trataram de aparelhar instituições que antigamente gozavam de grande credibilidade, tais como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) para as mesmas divulgarem somente aquilo desejado pelo governo.

Se o Estado é fisgado por corruptos de plantão e usado como forma de incremento patrimonial privado, a coisa pública agoniza. Um dos condenados pelo Mensalão, o senhor Marcos Valério, afirmou em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República que o ex-presidente Lulinha foi agraciado com os recursos do escândalo político. Certa feita quando o ministro Joaquim Barbosa foi questionado se o ex-presidente da República deveria ser investigado, ele respondeu afirmativamente.

Por que cargas d’água o “Tartarin de Tarascon” da Administração Pública Nacional não foi investigado? Por que ele não foi indiciado? Alphonse Daudet, escritor francês e autor do célebre personagem citado acima, o qual era conhecido por narrar histórias que nunca existiram, ficaria muito mais inspirado se escrevesse sua obra se embasando nas histórias quiméricas do senhor Lulinha. O “não sei de nada”, “não vi nada” apenas confirma a certeza de impunidade latente nos políticos brasileiros.

Alguns eventos da era petista são bem estranhos e até hoje ficaram trancados nos porões da censura. Quando Celso Daniel foi assassinado, a mídia fez de tudo para maquiar o acontecimento. Foi afirmado tratar-se de uma tragédia, uma fatalidade. O administrador municipal fora sequestrado e tal crime culminou com sua morte. Versões a parte, todo mundo sente que se tratou de uma queima de arquivo, prática corriqueira em Estados Policialescos.

O irmão da vítima, Bruno Daniel, não engoliu a história narrada pela mídia e começou a investigar o caso. Após alguns meses, ele e sua família, depois de serem alvo de várias ameaças de morte foram recebidos na França como refugiados políticos. Em pleno 2012, Marcos Valério assegura que foi ameaçado de morte pelo presidente do instituto Lula, o excelentíssimo Paulo Okamotto. Este nega. Só o tempo responderá quem está com a verdade, esta coisa tão depreciada pelo governo de agora.

Por Alexandre José Trovão Brito

Atentado suicida contra líder político deixa 3 mortos e 20 feridos em Cabul

O ataque aconteceu no mesmo dia em que está previsto o anúncio do início da quinta e última fase de transição da segurança no Afeganistão.

Um ataque suicida ocorrido nesta terça-feira (18) em Cabul contra o líder da etnia hazara, Mohammad Mohaqiq, matou três civis afegãos e deixou cerca de 20 feridos, informaram à Agência Efe fontes oficiais.
Atentado suicida contra líder político deixa 3 mortos e 20 feridos em Cabul
O terrorista detonou as bombas em frente à Comissão de Direitos Humanos do Afeganistão e tinha como alvo Mohaqiq, um antigo senhor da guerra e presidente do Partido da Unidade Islâmica, disse o porta-voz da polícia de Cabul, Dawood Amin.
"Mohaqiq sobreviveu ao atentado", afirmou Amin, que explicou que não está claro se o autor do atentado estava em uma bicicleta ou em um carro. No ataque ficaram feridos pelo menos quatro guarda-costas do líder político.
Consultado pela Efe, um porta-voz do Ministério do Interior afegão, Najeeb Danish, elevou para vinte o número de feridos, e informou que a maioria "são civis".
Danish acrescentou que as vítimas foram levadas para um hospital próximo do local do atentado.
O ataque aconteceu no mesmo dia em que está previsto o anúncio do início da quinta e última fase de transição da segurança no Afeganistão.
No término dessa fase, a segurança em todo o país ficará a cargo da polícia e do exército do país.

Maior onda de protestos no Brasil em 21 anos leva mais de 250 mil pessoas às ruas

A onda de protestos, que nas últimas semanas tinha como foco principal a redução de tarifas do transporte coletivo, ganhou proporções maiores.

Maior onda de protestos no Brasil em 21 anos leva mais de 250 mil pessoas às ruas
Maior onda de protestos no Brasil em 21 anos leva mais de 250 mil pessoas às ruas
Foto: Rprodução
Mais de 250 mil pessoas participaram de protestos em várias cidades de norte a sul do Brasil nesta segunda-feira (17). A onda de protestos, que nas últimas semanas tinha como foco principal a redução de tarifas do transporte coletivo, ganhou proporções maiores e passou a incluir gritos de descontentamento com várias causas diferentes. Houve registro de confrontos e violência em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e em Brasília, onde manifestantes invadiram o Congresso Nacional. É a maior mobilização popular do Brasil desde os protestos pedindo o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello (hoje senador), em 1992.
Além do Congresso Nacional, que foi desocupado após cinco horas, grupos também invadiram a sede do governo do Paraná e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
As manifestações começaram, em sua maioria, de forma pacífica, mas houve agravamento da tensão no final da noite, com grupos de manifestantes partindo para ações mais radicais.
No Rio de Janeiro, houve confronto com policiais. Mais de dez pessoas ficaram feridas nos confrontos nas ruas, duas delas a tiros. Manifestantes invadiram a Assembleia Legislativa do RJ e mantiveram 20 policiais militares como reféns. Eles também estavam feridos. A Tropa de Choque da PM retomou o prédio à força. Segundo estimativas da Coppe/UFRJ, 100 mil pessoas participaram dos protestos no Rio. Policiais tentaram dispersar manifestantes com o uso de bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes fizeram barricadas com fogo. Houve depredação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Um carro foi incendiado por um grupo de manifestantes e explodiu.
Em São Paulo, manifestantes tentaram invadir a sede do governo, no Palácio dos Bandeirantes. Um portão chegou a ser quebrado no local por volta das 23h, mas a Tropa de Choque da PM impediu a entrada do grupo. Na manifestação de São Paulo, que reuniu 65 mil pessoas (segundo medição do instituto Datafolha) na zona oeste e na zona sul da cidade, por exemplo, ouviam-se gritos de ordem contra a presidente Dilma Rousseff (PT), contra o governador Geraldo Alckmin, faixas contra o uso de dinheiro público nas obras da Copa, protestos contra a PEC 37 (proposta de mudança de legislação que tira o poder de investigação do Ministério Público), contra corrupção e violência, por educação melhor e redução do custo de vida e pedindo melhores serviços públicos em geral. "O povo unido jamais será vencido", entoava um coro de milhares de manifestantes na avenida Faria Lima por volta das 20h.
Os protestos de São Paulo, em seu quinto dia, também mostraram que houve a adesão de outros setores da sociedade. Não mais apenas estudantes, ativistas e militantes políticos estavam nas ruas nesta terça, mas houve relatos de pessoas que resolveram participar do protesto atraídos pela divulgação e pelos comentários nas redes sociais. Por exemplo, houve gente que levou a família para participar dos atos em São Paulo.
Em Maceió, um adolescente de 16 anos foi atingido por um tiro durante a manifestação.
O número de participantes em todas as manifestações, que ocorreram em mais de 20 cidades, pode ser bem maior, pois em nem todas foi oficialmente divulgado o total de público.
Multidão
Em algumas cidades, o protesto foi convocado "em solidariedade" às vítimas da violência nos atos de quinta-feira passada (13) em São Paulo, quando pessoas que não participavam dos protestos e até jornalistas foram atingidos e feridos por disparos de balas de borrachas da Tropa de Choque da PM.
Veja a estimativa de participantes em algumas das cidades em que houve protestos nesta segunda:
Rio de Janeiro – 100 mil
São Paulo – 65 mil
Belo Horizonte – 30 mil
Belém – 13.000
Curitiba – 10.000
Salvador – 10.000
Brasília – 5.000
Porto Alegre – 5.000
Maceió – 2.000
Santos (SP) – 1.500
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FONTE: UO
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